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Nova gestão SBN: Biênio 2023-2024

Disruptura - a palavra que irá definir a próxima administração da sociedade


"Dedico não só este trabalho, mas também minha formação e todas as demais vitórias que já tive e terei a quem dedicou toda sua vida em favor de seus três filhos, minha mãe, Eunice Knoner Campos. Esta mulher foi mãe e pai ao mesmo tempo, dedicou seu tempo, dinheiro, carinho, seus cuidados e amor para que seus filhos se tornassem homens de bem, tementes a Deus, respeitáveis e respeitadores. Para ela não tinha tempo ruim, por mais que esta família tivesse dificuldade, nunca se deixou abalar".


É com a dedicatória acima, escrita há 17 anos, que o médico abre seu Trabalho de Conclusão de Curso - Neuralgia do trigêmeo: análise dos resultados do tratamento por compressão percutânea com balão no gânglio de gâsser, apresentado como TCC no Curso de Medicina na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em 2005.


Essa mulher batalhadora sabia que existia somente um caminho para fazer com que seus filhos tivessem uma chance de fazer a diferença na vida das pessoas: a educação. Após muitos anos de estudos e dedicação esta aposta deu resultados e surgiram bons frutos: um médico e dois advogados na família. A matriarca sempre repetia para seus filhos: "Só descansarei quando ver vocês formados, não importa se custar minha vida. Neste dia então eu poderei descansar".


A oportunidade de estudar em um curso que tem como objetivo ajudar as pessoas, por sí só já é nobre o bastante, se especializar em uma sub-área da saúde e ser uma referência é um vitória que poucos podem desfrutar, agora, ser eleito Presidente da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) e ser o porta voz de todos os neurocirurgiões e neurocirurgiãs do país é um feito realmente fabuloso para qualquer um que busca aprimoramento técnico, pessoal e profissional.



Novo Presidente e sua chapa: SBN o Próximo Nível


Wuilker Knoner Campos nasceu no município de Campo Mourão no estado do Paraná, no ano de 1977. Ele é neurocirurgião e empresário e reside em Florianópolis desde 1990. Sempre esteve envolvido com a causa da Defesa Profissional Médica, participando nos últimos anos como Diretor do Departamento de Defesa Profissional da SBN e da Associação Catarinense de Medicina (ACM), além de ser Coordenador da Comissão de Codificação de Procedimentos da SBN.


A SBN o Próximo Nível e a Entre Neuros foram as chapas que disputaram as eleições para assumir a gestão da sociedade no próximo ano (2023). Com 607 votos a favor e 231 contra, a chapa Próximo Nível saiu vitoriosa. A votação ocorreu durante o Congresso Brasileiro de Neurocirurgia (CBN), nos dias 22 e 23 de abril. Encabeçada pelos Drs. Wuilker Knoner Campos e Ronald de Lucena Farias (respectivamente, Presidente e Vice-Presidente eleitos), as candidaturas focaram em oferecer um programa de gestão pautado em governança corporativa, visando melhorias do exercício profissional, honorários médicos e educação profissional com o objetivo de tornar o neurocirurgião brasileiro o protagonista das inovações tecnológicas.


Para saber mais sobre o futuro da SBN e conhecer as propostas da chapa, nossa reportagem conversou com o próximo presidente em uma entrevista exclusiva. Conheça nas próximas linhas um pouco mais sobre o que esperar da futura gestão.


A SBN o Próximo Nível venceu as eleições. Como foi o processo de campanha?

Bom, na verdade foi a consolidação de um trabalho que já venho fazendo em prol de nossa especialidade desde que entrei na diretoria em 2017. Confesso que tinha muitas dúvidas se deveria entrar na campanha, lá no início, mas fiz algumas pesquisas internas e percebi o grande apoio que estava recebendo. Baseado em meus princípios, tomei a decisão de me candidatar. Desde essa tomada de decisão, o apoio foi crescendo vertiginosamente e culminou em uma vitória com 75% dos votos. Foi um período pesado, pois tive que fazer 90% dos meus conteúdos praticamente sozinho. Não tinha equipe de marketing, e meus vídeos eram caseiros. A minha rede de divulgação utilizada foi substancialmente o WhatsApp. Nunca tinha passado por eleições desta maneira, e não tinha experiência política. Logicamente, como minha bandeira representava um momento necessário para toda neurocirurgia brasileira, tive apoio político, tanto dos principais decanos da neurocirurgia, quanto da população mais jovem que se sentiam representados por minhas ações. Foi um aprendizado.

O que te motivou a se candidatar à presidência da SBN?

Todos estão acompanhando o momento delicado que a medicina brasileira está passando, cada dia de mal a pior, com médicos cada vez mais sofrendo 'rechaçamento' pelas fontes pagadoras, planos, etc. Desde sempre, senti uma revolta grande dentro de mim por conta destes abusos, e logo cedo sai em combate contra estes, e com o tempo, desenvolvi algumas estratégias que conseguiram mudar o status quo. E o que me convenceu de que estávamos no caminho certo foi quando outras sociedades de especialidades começaram a me procurar também pedindo ajuda para as especialidades deles. Curiosamente, recebia também apoio de outras especialidades que torceram por minha vitória. Nesse momento, percebi que se de fato quisesse mudar algo, precisava alçar voos mais altos, uma caneta mais forte. Quem me conhece pessoalmente sabe que minha cabeça é um turbilhão de ideias, e este posto de presidência da SBN vai poder proporcionar eu tentar executar estas ideias que envolvem melhoria no ensino, gestão e defesa médica pautados em inovação.

Quais serão os maiores desafios que irá enfrentar?

A educação e treinamento da neurocirurgia sempre serão um desafio perene, transladando todas as gestões passadas e futuras. Entretanto, estamos enfrentando um momento ímpar na história de nossa especialidade: um desprestígio e descaso total com nossa profissão por parte dos planos de saúde a ponto de tentar transformar nossa nobre missão em commodities, oferecendo remunerações aviltantes além do abuso contra nossa autonomia médica de decidir junto ao nosso paciente o seu tratamento. Então, como já vem acontecendo com toda medicina, esse será o nosso maior desafio.

Ser Presidente da SBN é um cargo de muito prestígio perante a sociedade civil. Quais serão as principais mudanças que deseja implementar?

Concordo que este cargo tenha este prestígio, mas não consegui sentir ainda este manto real. Na verdade, meu sentimento é de estar colocando um capacete de soldado ao invés de uma coroa de rei. Vou para o front junto com meus colegas e não tenho medo do inimigo. Se eu conseguir criar este sentimento na mente de meus pares, de que somos um time, de que só trabalhando junto vamos conseguir mudar algo, aí então terei atingido meu gol principal. O resto é execução.


Bom, mas claro, tenho estruturado várias estratégias focadas na defesa e exercício profissional que foram amplamente divulgadas na campanha, e que já venho implementando em parceria com a atual gestão do Dr. Eberval Gadelha. Aí é que está minha principal vantagem: a atual gestão está proporcionando um plantio agora para colheita nos anos que seguem. Quiçá isto também ocorra no próximo gestor que virá depois de mim.

Se for escolher uma palavra para definir a sua presidência, qual seria?

O que sempre entreguei: ações concretas e de impacto. Nós somos aquilo que fazemos, não o que dissemos que vamos fazer. Se eu fosse escolher uma palavra para definir minha presidência? DISRUPTURA. Por quê? Porque é o que a medicina brasileira precisa hoje, simples assim.



Confira esta e outras reportagens na edição 44 da revista SBN Hoje: clicando aqui

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