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Neurocirurgião é condecorado pelas Forças de Paz da ONU no Brasil

   Conheça a história do especialista que é referência em neurocirurgia pediátrica



Alexandre Casagrande Canheu nasceu em uma pequena cidade chamada Monte Aprazível, localizada no interior de São Paulo. Viveu lá até os seis anos de idade, quando sua família se mudou para Ribeirão Preto, local onde o neurocirurgião tem a maior parte das referências de amigos e da escola. Fez  faculdade de Medicina da UNESP Câmpus de Botucatu e voltou para fazer residência de neurocirurgia na USP Ribeirão Preto. Cursou residência de 2001 a 2005, e no mesmo ano, foi tentar a sorte no norte do Paraná. 


O Dr. Canheu é casado em segundas núpcias. No primeiro casamento teve uma filha, Maria Clara, que vai fazer 13 anos em 2023. Em novembro de 2019 se divorciou por conta da pandemia de COVID-19 e, em 2020, iniciou outro relacionamento. No ano seguinte, 2021, nasceu Giulia, sua segunda filha. 


Antes de ser neurocirurgião, trabalhou profissionalmente como músico. O médico toca piano, teclado, violão e também gosta de cantar. Geralmente quando vai em congressos os colegas o chamam para fazer um som. Ele tem álbum gravado e já participou de alguns festivais. Seu robe preferido é a música, mas também joga tênis sempre que pode.


O surgimento do amor pela neurocirurgia 

Desde o começo da faculdade ele tinha muita curiosidade com qualquer assunto que envolvesse a palavra "neuro". No primeiro ano ficou apaixonado por neuroanatomia visto que todo mundo falava ser uma disciplina muito difícil e ele queria entender o por quê. "Em jovens, o cérebro sempre causa muita curiosidade, então quando comecei a estudar, fiquei apaixonado por aquilo e muito próximo da anatomia. Comecei a fazer estágio em neuroanatomia no primeiro ano de secção de cérebro, de nervos, de fibras e no segundo ano também. Depois virei monitor de anatomia, monitor de semiologia neurológica, monitor de neurologia, mas como eu tenho um perfil mais prático, pelo fato de ser músico, de trabalhar com as mãos, a cirurgia seria muito mais bem-vinda para mim. Eu fui para a neurocirurgia e foi dando certo", relata o médico.


Durante a residência, o médico percebeu que tinha jeito para conversar, tinha bom contato pessoal, uma comunicação boa com as famílias, então isso fez com que ele se aproximasse da neurocirurgia pediátrica. "A USP de Ribeirão Preto sempre foi muito forte na questão de neurocirurgia pediátrica por conta da presença do Dr. Hélio Rubens Machado, muito conhecido no Brasil e exterior. Também do Dr. Ricardo Santos de Oliveira, neurocirurgião pediátrico de reconhecimento internacional, e isso acabou me aproximando e me incentivando bastante".


A condecoração pelas forças de Paz da ONU

A Associação Brasileira das Forças Internacionais de Paz da ONU (ABFIP ONU) é uma entidade paulista que reúne ex-combatentes brasileiros que atuaram em missões internacionais de Paz e foi criada em 1985. Também é conhecida como os boinas-azuis e está localizada na rua José Bonifácio, 278, São Paulo/SP.


A organização sem fins lucrativos possui uma série de medalhas que são entregues a pessoas que de alguma forma estão se destacando em diferentes profissões (entre elas medicina) e que estão fazendo algo em prol das pessoas e da sociedade. 


O interesse da ABFIP ONU pelo Dr. Canheu surgiu por conta das redes sociais. Depois da pandemia da COVID-19, o médico teve mais tempo para se dedicar aos seus seguidores e percebeu que tinha facilidade para falar em vídeo de modo que eles conseguiam entender bem. "Eu comecei a abrir caixinhas de perguntas para responder e interagir com seguidores e isso ganhou muito corpo. Um indica para o outro e vai compartilhando na rede social", comenta o especialista.


Por volta de um ano e meio atrás, o Dr. Alexandre começou a receber mensagens da ABFIP via Instagram dizendo que queriam fazer uma entrevista com ele. De início ele pensou que fosse trote então não se importou muito. "Depois a assessora de imprensa deles me pôs em contato e nós agendamos uma videoconferência. Eu conversei com um dos militares boina azul que me falaram que eles têm um departamento de saúde que faz uma pesquisa para ver quem são os profissionais que estão se destacando na área e fazendo alguma coisa de mérito para a sociedade", diz.


Seu trabalho nas redes sociais começou a atingir muita gente e as pessoas estavam comentando, e para isso, a ABFIP tem uma condecoração e perguntaram se o médico aceitaria ser homenageado, nisso claro, aceitou com muito prazer.


O evento de condecoração

A entrega da Medalha Colar da Ordem do Mérito das Forças de Paz da ONU no Brasil ocorreu na Assembléia Legislativa de São Paulo (ALESP) com o evento sendo realizado no Palácio Anchieta, na noite do dia 23 de fevereiro de 2023. 


No dia, várias pessoas também foram condecoradas em diferentes graus (militares e outros profissionais da saúde) mas essa medalha é o topo de condecoração da ABIFP UNO. "É bom a gente receber homenagens em vida pois ainda me considero uma pessoa jovem, vou fazer 48 anos em dezembro, isso acaba tendo uma boa visibilidade. Depois disso, o Conselho Regional de Medicina (CRM) do Paraná também fez uma reportagem comigo e a Revista ISTO-É fez um perfil. Também recebi uma menção honrosa da Assembleia Legislativa do Paraná pelos casos atendidos", diz animado o neurocirurgião. 


Certificado de Coragem - um ato de empatia

Fazer um atendimento humanizado é buscar empatia. Quando o médico atende uma criança pequena, por exemplo, que nasceu com malformação, a criança nem sabe o que está acontecendo. Ela está vivendo e a família fica muito doente também por conta de todo o problema.


Esse acolhimento, esse amparo, tem que ser olho no olho com o pai e a mãe. Uma conversa direta e sem rodeios explicando a situação. "Tem muitas coisas dentro da neurocirurgia pediátrica que gira em torno de situações embriológicas, congênitas e a maior parte dos neurocirurgiões não tem experiência pois não foram estudar isso. Eu opero situações que são consideradas raras, por exemplo a Síndrome de Arnold-Chiari, esse ano eu já operei quatro casos e tem colegas com 50 anos de profissão que devem ter operado dois casos durante todo tempo", relata. 


Esse atendimento humanizado com uma abordagem sincera e empática tem feito a diferença na vida dos pacientes do Dr. Alexandre. "Dentro dessa situação de atender a família eu faço questão de entregar o Certificado de Coragem porque o certificado é uma coisa que os pais muitas vezes esperam mais do que as crianças. É algo que eles guardam, que expõem no quarto e mais para frente a criança cresce e vai mostrar na escola, vai ficar orgulhoso de ter passado por aquilo  e ter sido vencedor antes mesmo de saber o que a vida", finaliza o neurocirurgião.



Dr. Alexandre Casagrande Canheu - Membro Titular da SBN e Membro Fundador da SBNPed. Neurocirurgião Pediátrico da Universidade Estadual de Londrina e do Instituto Pró-Kids de Londrina.

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