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Exercícios combinados com estimulação transcraniana podem ser benéficos a pacientes com Parkinson


Pesquisadores brasileiros notaram melhoras significativas na qualidade de vida do paciente com a doença


Um grupo de pesquisadores brasileiros do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (Unesp) avaliou os efeitos do exercício aeróbico combinado com a estimulação por corrente contínua em pacientes com a Doença de Parkinson. Após análise e algumas sessões de estudos, eles comprovaram que a combinação de tratamentos potencializou e melhorou o andar dos pacientes. Sendo que os efeitos positivos foram imediatos na variabilidade da marcha, na velocidade de processamento e no controle executivo do andar das pessoas que participaram do estudo.

Ao todo 20 voluntários compareceram em 2 sessões de exercícios aeróbicos de intensidade moderada (a atividade física escolhida foi ciclismo) combinados com diferentes condições de estimulação transcraniana, (tDCS, sigla em inglês), ativa ou simulada, com intervalo de 1 semana e ordem de sessões contrabalançadas em toda a amostra. O artigo com os resultados foi publicado na revista científica Neurorehabilitation & Neural Repair e pode ser conferido aqui.

A estimulação transcraniana é um procedimento não-invasivo realizado através de eletrodos que são ligados a um aparelho portátil e movido a bateria. Os eletrodos aplicam uma corrente elétrica sobre o escalpo, criando um circuito elétrico que atravessa o cérebro. A corrente elétrica é muito baixa, suficiente apenas para estimular os neurônios, gerando potencial de ação, o que potencializa os efeitos do exercício realizado pelos pacientes, provocando uma melhora imediata no caminhar.

O Mal de Parkinson está entre as mais frequentes doenças neurológicas degenerativas e progressivas. E, entre outros sintomas, é possível destacar a lentidão motora, rigidez nas articulações e os tremores nas mãos. "A notícia pode trazer alguma esperança para pacientes e familiares que convivem com a Doença de Parkinson, uma vez que a otimização dos benefícios dos exercícios físicos com o uso da neuromodulação pode trazer uma melhora para a marcha dos pacientes", observa a neurocirurgiã Vanessa Holanda, Diretora de Comunicação da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia.

Ainda são necessários estudos para interpretar os efeitos deste procedimento a longo prazo, mas espera-se que um dia os sintomas possam diminuir ou até mesmo serem revertidos.

"Embora o Mal de Parkinson seja uma doença que ainda não tem cura, a ciência não mede esforços para que a qualidade de vida das pessoas que recebem o diagnóstico seja o melhor possível. Os neurocientistas, e aí se incluem vários colegas neurologistas e neurocirurgiões, estão constantemente trabalhando para ajudar essas pessoas, criando modos de melhorar o seu caminhar e evitar quedas, ajudando para que esses pacientes continuem a produzir e mantenham as suas atividades familiares e sociais" , finaliza a neurocirurgiã.

São Paulo, 17 de Agosto de 2021

*Com informações da Neurorehabilitation & Neural Repair.

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