É o que revela nova pesquisa conduzida por
pesquisadores indianos e espanhóis
Em um pronunciamento feito em 5 de maio de 2023, Tedros Adhanom, Diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, anuncia que, após pouco mais de três anos desde seu surgimento, a OMS decreta o fim da emergência por COVID-19. O período ficará marcado como sendo um dos mais importantes da história recente, que causou prejuízo de trilhões de dólares e a morte de mais de 7 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo os dados oficiais.
Os impactos causados pelo vírus sars-covs 2 ainda não são totalmente conhecidos e suas consequências ainda serão largamente estudadas ao longo das próximas décadas. Os cientistas e a comunidade médica ainda não têm certeza quais são todos os efeitos que a COVID-19 pode causar nas pessoas, tanto a médio, quanto a longo prazo.
O artigo The Effects of SARS-CoV-2 Infection on the Cognitive Functioning of Patients with Pre-Existing Dementia, realizado por pesquisadores do Bangur Institute of Neurosciences (BIN), na Índia, e do University Hospital 12 de Octubre, da Espanha, chegou-se a conclusão que a COVID-19 acelera a progressão de todos os tipos de demência.
O grupo avaliou o funcionamento cognitivo e neuroimagem após a infecção pelo vírus em pacientes com algum tipo de demência já preexistente (Parkinson, Alzheimer, demência vascular e frontotemporal). O estudo contou com a participação de 14 pessoas que foram analisadas detalhadamente três meses antes e após um ano depois que contraíram a COVID-19.
Os resultados mostram que dentre os 14 participantes, 10 precisaram de ser internados e todos aumentaram ou desenvolveram hiperintensidades da substância branca que imitavam esclerose múltipla, aumento na fadiga, depressão e o exame cognitivo de Addenbrooke também pioraram consideravelmente. A conclusão do estudo foi de que há progressão da demência, deterioração de habilidades cognitivas, aparecimento/aumento de lesões na massa branca do cérebro sugerem que os impactos do sars-cov 2 em pessoas com algum tipo de demência preexistente tem menos defesa a uma infecção pelo vírus.
Ao saber deste novo estudo, a Dra. Vanessa Milanese, Diretora de Comunicação da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, destaca: “Há uma séria preocupação em relação às sequelas no sistema nervoso central que a infecção pela Covid-19 vem deixando. No futuro pós-pandemia ainda teremos que lidar com estas alterações e devolver à população afetada sua saúde e qualidade de vida. Informações como as deste estudo ajudam a guiar os médicos para uma abordagem mais apropriada em cada caso”.
Ainda segundo a especialista: “As informações reforçam estudos anteriores, que constataram a presença do vírus no cérebro e sua relação com déficit cognitivo, ansiedade e quadros de depressão”, finaliza.
Para saber mais ou conferir o artigo científico sobre esta descoberta publicado na NIH, basta clicar aqui.
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