Doenças Raras em Neurocirurgia Funcional: Dra. Ana Maria Ribeiro de Moura
- Portal SBN
- 5 de abr.
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A nomeação da Dra. Ana Maria Ribeiro de Moura como Coordenadora de Doenças Raras em Neurocirurgia representa um marco significativo para a integração entre a prática neurocirúrgica e as demandas específicas das patologias raras.
Com sólida experiência na área e forte atuação em neurocirurgia funcional, a Dra. Ana Maria compartilha, neste texto, um panorama criterioso das principais condições neurológicas com potencial indicação cirúrgica, especialmente nos casos em que os tratamentos medicamentosos não alcançam os resultados esperados.
A abordagem destaca a relevância da Estimulação Cerebral Profunda (DBS) e outras estratégias inovadoras no manejo de distúrbios do movimento, incluindo formas raras de Parkinsonismo, distonias, mioclonias e síndromes neuropsiquiátricas complexas.
A neurocirurgia pode desempenhar um papel importante no tratamento de distúrbios do movimento, especialmente quando os tratamentos clínicos (medicamentosos) não são eficazes. A maioria dessas doenças não é necessariamente “rara”, mas algumas formas genéticas ou atípicas são, sim, consideradas doenças raras neurocirúrgicas. Abaixo, listo as principais condições com potencial indicação neurocirúrgica:
Doenças Neurocirúrgicas Relacionadas a Distúrbios do Movimento
1. Doença de Parkinson (formas raras ou de início precoce)
Indicação cirúrgica: Estimulação Cerebral Profunda (DBS – Deep Brain Stimulation) em casos refratários.
Alvo: núcleo subtalâmico (STN) ou globo pálido interno (GPi).
Formas raras: Parkinsonismo juvenil/genético (ex.: mutações PARKIN, PINK1), que podem responder bem à DBS.
2. Distonia (primária ou secundária)
Distonias primárias: como a distonia generalizada de início precoce (DYT1), podem ser tratadas com DBS.
Distonias secundárias raras: associadas a doenças metabólicas, neurodegenerativas ou genéticas (ex.: doença de Wilson, pantotenato quinase-associada à neurodegeneração - PKAN).
3. Tremor essencial grave
Cirurgia: DBS no núcleo ventral intermédio do tálamo (VIM).
Alternativa: ablação talâmica por radiofrequência ou ultrassom focal (em centros especializados).
4. Síndrome de Tourette grave
Condição neuropsiquiátrica com tiques motores e vocais intensos.
DBS tem sido utilizada experimentalmente em casos graves e refratários, com bons resultados em alguns pacientes.
5. Coreias e discinesias raras
Doença de Huntington (forma avançada): DBS pode aliviar alguns movimentos involuntários.
Coreias hereditárias raras (ex.: neuroacantocitose, síndrome de Lesch-Nyhan): algumas com indicação experimental de DBS.
6. Mioclonias refratárias
Algumas formas genéticas ou pós-anóxicas podem ser tratadas com estimulação do GPi.
Sobre a Estimulação Cerebral Profunda (DBS)
É um procedimento funcional neurocirúrgico que implanta eletrodos em núcleos profundos do cérebro, conectados a um gerador de pulso (tipo marca-passo).
O objetivo é modular circuitos cerebrais anormais envolvidos nos distúrbios do movimento.
Tem a vantagem de ser ajustável, reversível e de causar menos efeitos colaterais que procedimentos ablativos.
O aprofundamento das discussões sobre doenças raras com indicação neurocirúrgica, especialmente sob a liderança da Dra. Ana Maria Ribeiro de Moura, fortalece a importância da personalização terapêutica e do investimento contínuo em tecnologias funcionais, como a DBS.
Sua atuação como Coordenadora de Doenças Raras em Neurocirurgia reafirma o compromisso com uma medicina mais precisa, acessível e integrada, capaz de oferecer respostas eficazes mesmo nos quadros mais desafiadores. Esta é uma contribuição valiosa para o avanço da neurocirurgia brasileira e para a melhoria da qualidade de vida de pacientes com distúrbios do movimento raros e refratários.
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