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O programa de residência médica em neurocirurgia tem duração de 5 anos e é estruturado para garantir que os residentes adquiram conhecimento teórico, habilidades técnicas e experiência prática progressiva. 


Durante o treinamento, os médicos residentes participam de rodízios obrigatórios, realizam procedimentos neurocirúrgicos e são avaliados periodicamente para garantir a formação de especialistas altamente capacitados.


A seguir, detalhamos a estrutura do programa, incluindo sua duração, currículo mínimo e critérios de avaliação.


1. Duração e Etapas da Residência:


A residência médica em neurocirurgia segue um plano progressivo de aprendizado, distribuído ao longo de 5 anos:


Ano 1 (R1) – Fundamentos da Neurocirurgia:


• Rodízio obrigatório em neurologia para aprofundamento no diagnóstico clínico.

• Treinamento em neuroanatomia cirúrgica e técnicas básicas.

• Participação em cirurgias como primeiro auxiliar.

• Atendimento a emergências neurocirúrgicas sob supervisão.


Ano 2 (R2) – Treinamento Cirúrgico Inicial:


• Introdução às cirurgias de crânio e coluna.

• Manejo de pacientes em UTI neurocirúrgica.

• Aprimoramento em técnicas de imagem como neurorradiologia diagnóstica.

• Estágio em neurotrauma e neurocirurgia pediátrica.


Ano 3 (R3) – Consolidação da Experiência Cirúrgica:


• Maior autonomia em cirurgias, incluindo procedimentos mais complexos.

• Rotação em neurocirurgia vascular e cirurgia de base de crânio.

• Atuação mais ativa na tomada de decisões clínicas e cirúrgicas.


Ano 4 (R4) – Avanço Técnico e Científico:


• Desenvolvimento de habilidades em cirurgia minimamente invasiva e neurocirurgia funcional.

• Participação em projetos científicos e congressos nacionais e internacionais.

• Treinamento em procedimentos neurocirúrgicos avançados.


Ano 5 (R5) – Autonomia e Formação Especializada:


• O residente assume o papel de cirurgião principal sob supervisão.

• Ênfase em subespecialidades como neurocirurgia pediátrica, oncologia e estereotaxia.

• Conclusão da residência com preparação para a prova de Título de Especialista em Neurocirurgia.


2. Currículo Mínimo e Competências:


O treinamento deve garantir que o residente desenvolva competências essenciais para a prática neurocirúrgica.


O Currículo Mínimo, estabelecido pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), inclui:


Conhecimentos Teóricos:


    Neuroanatomia e neurofisiologia aplicadas.

    Neuropatologia e neuroimagem;

    Farmacologia aplicada à neurocirurgia;

    Princípios de neurocirurgia funcional e endovascular.


Habilidades Clínicas e Cirúrgicas:


    Diagnóstico e manejo de patologias neurocirúrgicas;

    Participação em cirurgias neurológicas, incluindo trauma, tumores e doenças vasculares;

    Aprendizado em técnicas minimamente invasivas e neurocirurgia robótica.


Pesquisa e Educação:


    Publicação de pelo menos um trabalho científico;

    Apresentação de temas livres em congressos da área;

    Participação em cursos e treinamentos avançados.


3. Estágios Rotatórios Obrigatórios:


Os estágios rotatórios garantem que o residente adquira experiência em todas as áreas da neurocirurgia. Entre os principais rodízios obrigatórios estão:


      Neurologia – Atendimento clínico e manejo de distúrbios neurológicos;

      Neuroanatomia Cirúrgica – Aprendizado de técnicas básicas em laboratório;

      Neurotrauma – Atendimento a pacientes vítimas de traumatismos cranianos e raquimedulares.

      Neurocirurgia Pediátrica – Tratamento de malformações congênitas e hidrocefalia;

      Neurorradiologia Diagnóstica e Intervencionista – Interpretação de exames e técnicas endovasculares.


Os estágios são distribuídos ao longo dos 5 anos de residência, garantindo contato prático com diversas subespecialidades da neurocirurgia.



4. Participação em Congressos e Cursos:


Durante a residência, os médicos devem frequentar eventos científicos e cursos especializados. São exigidos:


    Mínimo de 2 Congressos Brasileiros de Neurocirurgia (CBAN).

    Mínimo de 1 Congresso Brasileiro de Neurocirurgia (CBN).

    Participação anual em cursos ou simpósios sobre neurocirurgia.


Essas atividades complementam o aprendizado e permitem que os residentes se atualizem com as melhores práticas e inovações da área.



5. Registro de Atividades do Residente (RAR):


O Registro de Atividades do Residente (RAR) é um documento essencial para o acompanhamento do progresso do residente. 


Ele deve conter:


      Lista de procedimentos cirúrgicos realizados como cirurgião, auxiliar ou observador.

      Avaliações periódicas feitas pelos preceptores.

      Participação em eventos científicos e cursos.

      Projetos científicos e publicações acadêmicas.


O preenchimento do RAR deve ser atualizado regularmente e validado pelo Chefe de Serviço (CS) ou preceptores designados.



6. Avaliação e Progressão no Programa:


Para concluir o programa com êxito, o residente deve:


    Passar nas avaliações anuais obrigatórias – Aplicadas pela SBN e pelo próprio CT.


    Cumprir o número mínimo de cirurgias exigido – Com participação ativa nos procedimentos.


    Receber avaliações positivas dos preceptores – Baseadas no desempenho técnico e comportamental.


    Produzir um trabalho científico relevante – Como parte da formação acadêmica.

Se um residente não atingir os critérios esperados, ele pode precisar refazer um estágio, repetir um ano ou ser desligado do programa.



7. Conclusão e Obtenção do Título de Especialista


Ao final do 5º ano, o residente que cumprir todos os requisitos pode se inscrever para a Prova de Título de Especialista em Neurocirurgia, realizada pela SBN/AMB.


Aprovado na prova, o residente recebe o título de especialista, podendo atuar de forma independente como neurocirurgião no Brasil.




BG-Protocolo SBN.png

 Programa de Capacitação Novo Protocolo 

Estrutura do Programa de Treinamento

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