Estudo ajuda a explicar eventos relacionados a problemas neurológicos provocados pela infecção do novo coronavírus
Após dois anos de pandemia, ainda há muito o que aprender sobre o SARS-CoV2. Na maioria dos casos de infecção a pessoa apresenta problemas respiratórios leves e por volta de quinze dias se recupera, porém, ficou claro que outros aspectos da saúde também são afetados por estes organismos que se espalham para diferentes áreas do corpo.
Entre as diversas sequelas comprovadas, alterações neurológicas e confusão mental são alguns dos vestígios que podem afetar uma pessoa que foi contaminada pelo novo coronavírus.
Para tentar entender como isso ocorre, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) conduziram um estudo com hamsters para ajudar a compreender como essas alterações surgem para que, futuramente, apontar para uma direção em busca de tratamento para essas sequelas.
O estudo foi conduzido em hamsters vivos e também com astrócitos isolados do sistema nervoso central dos roedores e cultivados In Vitro. Os resultados indicam que o contágio pelo novo coronavírus acelera o metabolismo dessas células nervosas e como consequência eleva o consumo de moléculas usadas na geração de energia, como a glicose e o aminoácido glutamina.
Os cientistas constataram que as células passaram a produzir moléculas inflamatórias e notaram uma mudança na expressão de proteínas relacionadas com o metabolismo de carbono. Ao observar os metabólitos presentes na cultura de células, constatou-se que algumas substâncias estavam reduzidas em comparação ao controle.
Para a Dra. Vanessa Holanda, Diretora de Comunicação da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, há uma séria preocupação em relação às sequelas no cérebro que a infecção pela Covid-19 pode deixar em muitos pacientes. "Agora no início do pós-pandemia teremos muito o que pesquisar sobre as sequelas que o SARS-CoV2 pode provocar no sistema nervoso central. Pesquisas nesse sentido são importantes para devolver à população afetada, saúde, bem-estar e qualidade de vida. Informações como as deste estudo ajudam a guiar os médicos para uma abordagem mais apropriada de cada caso”, comenta a especialista.
O artigo científico pode ser acessado no link.
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