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Uso de álcool pode causar declínio de funções cerebrais

Mesmo consumido de forma moderada, álcool pode causar problemas relacionados à cognição

O acúmulo de ferro no cérebro tem sido associado a diferentes condições neurodegenerativas. Em um estudo recente, da Universidade de Oxford, Reino Unido, pesquisadores analisaram evidências que apoiam a relação de causa e efeito entre o consumo de álcool e níveis de ferro cerebral. Também foi analisado se este ferro na região representa um potencial caminho para déficits cognitivos.


A Dra. Vanessa Milanese, diretora de comunicação da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia comenta que segundo informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), quase 3% da população do Brasil acima de 15 anos é considerada alcoólatra. "O número pode representar uma pequena fração da sociedade, porém, somadas elas são mais de 4 milhões de pessoas. O declínio cognitivo causado pelo álcool acarreta alteração de funções cerebrais hipocampais, são milhares de pessoas que futuramente poderão ter problemas cognitivos, graves ou não, o que pode desencadear grande impacto no atendimento de geriatras, neurologistas e neurocirurgiões em todo o Brasil", comenta a especialista.

Sobre o estudo

Ao todo participaram do estudo mais de 20 mil pessoas com idade média de 54 anos. A ingestão de álcool foi relatada por meio de um questionário e os participantes tiveram o cérebro escaneado por meio de ressonância magnética (MRI) que foi usada para determinar o teor de ferro de cada região do cérebro e tecidos hepáticos. Foram executados testes simples como tarefas de quebra-cabeça e jogo de cartas para avaliar as funções motoras e cognitivas.

O estudo representa a maior pesquisa sobre consumo moderado de álcool e declínio de funções cognitivas até o momento. A conclusão foi de que o consumo de álcool acima de 7 unidades semanais (56g) foi associado a maior quantidade de ferro no cérebro, o que representa potencial declínio cognitivo.


"Quem trabalha com saúde sabe que o uso excessivo de tabaco e álcool é extremamente prejudicial ao corpo humano, porém este estudo mostra que há fortes evidências que mesmo o consumo moderado pode causar danos cognitivos a longo prazo. Esperamos que mais estudos como esse venham jogar luz aos mistérios que cercam o cérebro humano", finaliza Vanessa.


Você pode ler a pesquisa completa no site da Plos Medicine clicando aqui.

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