Estudo promissor pode ser uma futura opção de tratamento de casos graves dos sintomas provocados pelo novo coronavírus
Ainda em fase de conclusão, uma pesquisa piloto envolvendo cientistas brasileiros da Harvard University, nos Estados Unidos, e da UNINOVE, do Estado de São Paulo, estuda o uso de estímulos elétricos para tratar casos graves dos sintomas da COVID-19.
Pensando em como diminuir internações, o grupo de cientistas está conduzindo um estudo no Hospital Profª Lydia Storópoli, onde o atendimento clínico também está associado ao ensino e pesquisa, para responder se a estimulação elétrica do nervo vago, uma estrutura do sistema nervoso, pode trazer benefícios aos pacientes com quadros severos da infecção do coronavírus e evitar mortes.
Como já foi amplamente divulgado, a COVID-19 é uma doença provocada pelo Sars-CoV-2, um novo coronavírus. Na grande maioria das vezes, a pessoa contaminada apresenta problemas respiratórios leves e por volta de 15 dias se recupera, porém, aos poucos, ficou claro que outros aspectos da saúde também são afetados por estes organismos que se espalham para diversas partes do corpo humano.
"Hoje, sabe-se que o sistema nervoso central desempenha um papel importante no controle da inflamação, o que está diretamente ligado aos casos graves de COVID-19, entre 10 a 20% dos acometidos pelo vírus, e que necessitam de internação hospitalar. Com a estimulação do nervo vago o estudo busca obter tratamento seguro e com poucos efeitos colaterais", diz a Dra. Vanessa Holanda, Diretora de Comunicação da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, ao comentar o estudo.
O nervo vago é um dos principais componentes do sistema nervoso parassimpático, sendo ele responsável no controle das funções automáticas do nosso organismo, como a respiração, uma das suas principais responsabilidades. “Se constatadas melhoras nesses pacientes com o uso dos estímulos elétricos no nervo vago junto com vacinação e um tratamento eficaz, essas ações podem mudar o cenário da pandemia em escala global", finaliza a especialista.
O estudo já se encontra em fase final, faltam ainda serem incluídos apenas mais dois voluntários para encerrar o projeto. Por conta da diminuição dos casos de COVID-19, muito por causa da vacinação, a equipe enfrenta dificuldades em encontrar novos participantes, pois os casos que chegam, ou são muito leves, e o paciente se recupera logo, ou são graves e a pessoa precisa ser entubada assim que chega ao hospital.
São Paulo, 01 de setembro de 2021
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